AAAFFB/UCP – ESTIRPE E TIMBRE DE UMA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA – AAAFFB/UCP – SEMPRE!

No seu artigo “A Igreja e a construção Europeia” (Brotéria, Março de 2010), escreve o Magnífico Reitor da UCP, Manuel Braga da Cruz: “Eis o papel da Igreja Católica na unificação da Europa: contribuir para a construção de uma nova sociedade europeia e para o reforço da sua identidade cultural, sem esquecer a cooperação mundial” (p. 221) E escreve mais adiante: “A Igreja Católica está na Europa, construindo a Europa, das formas mais reticuladas, estabelecendo conexões e ligações, tantas vezes imperceptíveis. (…) A Igreja contribui para a europeização do continente não apenas na sua dimensão espiritual, mas também na ordem social e cultural. A Igreja Católica é hoje uma rede de instituições  que ultrapassa o limite das nações, sem deixar de estar profundamente radicada nelas. As sociedades actuais tendem a ser cada vez mais sociedades de redes, mas têm que ser, simultaneamente, e cada vez mais também, sociedades com raízes” (p.222).  E impõe-se-nos sobrelevar, obviamente, neste contexto, as Escolas, Universidades, Fundações e incontáveis Associações Católicas, disseminadas, felizmente, por todo o Mundo!

Propondo-nos conotar as referidas “redes” e “raízes” , a que alude Braga da Cruz,  a quadros e situações  exemplares,  permita-se-nos evocar, de imediato, o  também recente artigo do P.e Mário Salgueirinho, sob o tema “Maravilhosa coincidência”  ( Voz Portucalense, de 14 de Abril de 2010, sob a Rubrica VITRAL, Tema Vivo 9) ), de que passamos a citar: “Nos últimos anos da vida do Papa João Paulo II, foi visitá-lo um judeu muito importante – Meir Lau – o Grande Rabino de Israel. Ao longo da conversa, o ilustre Rabino contou ao Sumo Pontífice este acontecimento singular ocorrido há quatro décadas numa pequena paróquia do norte da Europa. Uma mulher católica procurou o pároco para pedir-lhe um conselho (…). Ela e seu marido tinham à sua guarda um menino judeu que lhes tinha sido entregue por seus pais antes de serem enviados para um campo de concentração nazi, onde morreram. Os pais da criança tinham pedido ao casal amigo que entregassem o menino quando fosse possível, aos familiares judeus que tivessem escapado à fúria nazi. Mas aquele casal amava o menino. Estava num dilema (…). Foram perguntar ao jovem pároco o que deviam fazer. Foi rápida a resposta: -o vosso dever é respeitar a vontade dos pais. O casal, embora triste pela separação, entregou o órfão aos familiares residentes no recém-criado Estado de Israel, que o educaram como filho. João Paulo II ouviu atentamente este relato que o emocionou. Mas ouviu mais ainda. O Grande Rabino concluiu: Vossa Santidade era o jovem pároco desse pequeno povoado. O órfão era eu!”…

Assim, e por todas as razões, não resistimos em voltar ao artigo de Braga da Cruz, para anotarmos, com oportunidade: “O cristianismo foi na Europa – disse-o João Paulo II -, ‘um factor primário de unidade entre povos e culturas e de promoção integral do homem e dos seus direitos (…) Mesmo a modernidade europeia, que deu ao mundo o ideal democrático e os direitos humanos, recebe os seus próprios valores da herança cristã’2 [João Paulo II, A Igreja na Europa. Exortação Apostólica Pós-sinodal, 2003, p.115]” (p.225)! João Paulo II foi, também, não esqueçamos: O antigo e prestigiado professor universitário  Karol Wojtyla , que leccionou ética na sala 33 da KUL, em Lublin, na Polónia dos anos 50! (Cf. Bernard  Lecomte, João Paulo II, Ed. Âmbar, Porto, 2004, pp.144-145).

No seu Discurso aos Antigos Alunos Milwaukee (Estados Unidos), em 16 de Março de 1966, afirmava o P. Pedro Arrupe, S.J.- então Geral da S.J. -: “Só me importa o passado em ordem a esclarecer-me para o futuro. O futuro é que me preocupa. Os estatutos do A.S.N. descrevem este grupo como obra que não contente de reconhecer o valor intelectual, a honradez e a dedicação de seus membros, sabe também ajudá-los a aperfeiçoarem-se e a progredir, tanto para além do campo universitário como dentro dele. Sendo estes os vossos intuitos, o que posso e devo é instar convosco que renoveis a obrigação pessoal e colectiva que tomastes de serviço realista e eficaz. (…)Já que existis, como associação, relacionados com a rede universitária, na vossa dedicação dai às vossas universidades o primeiro lugar. (…) Sois antigos alunos (…); nós, jesuítas, poderemos tirar proveito das experiências que fizestes no plano universitário e na vida ulterior. Não pretendemos, no meio das rapidíssimas mutações da educação superior nos Estados Unidos, ficar imóveis e na defensiva, ou contentar-nos com ajustamentos ilusórios. Convosco queremos defrontar a vida com realismo, com espírito criador e com esperança. A nossa confiança firma-se na certeza de que tomamos parte no destino e no movimento da História da Salvação” (Pedro Arrupe, Um Projecto de Educação/ Cartas e Discursos, Livraria A.I. e Editorial A.O. , Porto/Braga, D.E.1981, pp. 8, 21 e 24-25)).

Prezados Antigos Alunos e Caríssimos Companheiros da AAAFFB/UCP,

É certo! Não estamos nos Estados Unidos! E, na Europa, estamos onde estamos e somos quem somos! Em todo o caso, integramos redes e temos raízes! Temos memória e sonho, porque temos, de facto, História e Ideal!

AAAFFB/UCP – ESTIRPE E TIMBRE DE UMA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA!

AAAFF/UCP – SEMPRE!

FAC/FIL – Centro de Braga da UCP e Sede Nacional da AAAFFB/UCP, 18.04.2010,

Manuel Guedes da Silva Miranda, PhD – Presidente da Direcção da AAAFFB/UCP.

[guedesmiranda@netcabo.pt (Gabinete de Estudos da AAAFFB/UCP)]