Archive for Dezembro, 2008

“ESCOLA, SUCESSO E EXCELÊNCIA”/ II JORNADAS PEDAGÓGICAS

Sob o tema em epígrafe, e como aqui enunciámos, o Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos da Faculdade de Filosofia do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa levou a cabo, em 21.11.08, na Aula Magna da Faculdade, com pleno êxito, quer pela qualidade dos oradores, quer pela afluência e excelente participação do público, as II Jornadas Pedagógicas. Na assistência, registou-se, felizmente, a presença de um número significativo de professores dos vários graus de ensino, bem como de antigos alunos da FAC/FIL.  

Conotando-nos aos oradores e respectivas comunicações, bem como às intervenções do público, nos debates subsequentes, sobrelevamos, pela sua importância, e na nossa leitura, apenas alguns aspectos. 

Joaquim Azevedo, Presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, desenvolvendo o tema “O sucesso para todos na escola de hoje”, despoletou, na  sequência  da sua exposição, algumas intervenções oportunas, que deixaram a claro   a necessidade de, a par da escola da integração  e do progresso tecnológico, como da imposição e da clarificação das variáveis antropologia e axiologia, como fundamentos de uma educação humanista, a  clareza  e a exigência, em  simultâneo, dos termos sucesso e excelência, na área educativa.

Pedro Duarte, Deputado na Assembleia da República, assumindo o tema “Um modelo de ensino para o século XXI”, procurou, face à Escola Portuguesa, explicitar aspectos mais  relevantes  da crise  actual, na relação de causas e efeitos. Anotando razões de contexto estrutural, histórico e político, destacou, sobretudo, objectivos, atitudes e métodos, que, de todo, não servem a escola  para o nosso tempo. Em contraste com a centralização, a burocracia, a uniformização, a despersonalização, apontou a um novo paradigma, visando, em contrapartida, a participação, a autonomia, a inovação, a criatividade, a livre escolha entre a escolas  do ensino público e privado, superior e não superior, coerentemente com os mesmos direitos, em suma, a diferença.

Manuel Clemente, Bispo do Porto, no âmbito das variáveis “Cristianismo, Ensino e Cultura”,  procurou sobrelevar  a relação histórica” Cristianismo e Escola”, visando, assim, o fundamento e o sentido da sua comunicação que intiulou “Cristianismo na escola: uma contribuição cultural”. Do  Magistério  de  Cristo à Patrística e à Idade Média, traçou com rigor e com estética, se bem que, sumariamente, mas sobrelevando, com mestria,  locais e nomes singulares ,toda a gesta cristã, na incidência das suas escolas  e universidades. E foi, com o olhar de lince nas origens, sintonizando o futuro – o do Humanismo Cristão  -, que atravessou as Idades moderna e contemporânea, para deixar bem claro que o sentido da escola, dada a crise actual, só poderá garantir-se, na sustentabilidade e na esperança, não obstante as vantagens de todo o progresso possível – científico, técnico, económico -, à luz, e com autenticidade, das “dimensões  ética e religiosa”.

José Manuel Fernandes, Director do Jornal “Público”, dissertou sobre “O papel  da comunicação social na divulgação das boas práticas de ensino”. À pergunta “O que é que a imprensa pode fazer pela qualidade do ensino”, começou por responder que deve “ funcionar como garante da transparência do funcionamento do sistema e como instrumento de divulgação das boas práticas das boas escolas”. Neste sentido e dando exemplos, procurou explicitar o que se deve entender por uma boa escola, em função, inclusive, das expectativas dos pais e dos alunos, no que respeita à qualidade dos professores, como à exigência  no  ensino  e na avaliação.  E, assim, defendeu que os rankings podem ser significativos, enquanto “estímulo”, e não como “estigma”. Para tanto, impõe-se transparência, facultando-se, inclusive, o acesso às escolas por parte dos meios da informação social. Defendeu, depois, que se torna necessária a liberdade de escolha entre os estabelecimentos de ensino, na opção, inclusive, pelo ensino público ou particular, desde que com os mesmos direitos. Frisou  que a escola , garantindo a igualdade e a equidade, não o igualitarismo, deve garantir, também, o direito à diferença a respeitar e a incentivar. E advertiu que não é o facto de um aluno ser pobre ou rico, ou de se tratar de uma escola pública ou particular que é, de si, limitativo. Limitativo é não facultar, por inteiro, o brio e o esforço para as melhores práticas. De resto, nunca as escolas devem ser escolhidas em nome do poder económico dos pais. Acusando, como inimigos da escola, quer o estatismo leninista, impedindo a liberdade de escolha das escolas por parte de pais e alunos, quer o centralismo napoleónico contra autonomia e a pertinente responsabilização, não deixou de apelar, enfim, às responsabilidades do sistema  e dos partidos  de governo. É que, advertiu, não podemos continuar a ser um país de cultura centralista  e  estatista. O centro do sistema educaivo são as escolas e não a  “5 de Outubro”!

M.G.S.M. – guedesmiranda [@] netcabo.pt

Dezembro 5, 2008 at 3:06 pm Deixe um comentário

Associação dos Antigos Alunos da FacFil – Objectivos em curso 08/09 (VI)

6. Estudo, Dinamização e Incremento da relação da Associação com as Associações congéneres, no contexto imediato da Universidade Católica e das restantes Universidades do País, bem como, também, para já, no contexto alargado de todas as Universidades, Institutos e Escolas Superiores da actual Confederação Ibérica.

Ainda assistimos, hoje, ao procedimento de muitos Antigos Alunos das nossas Universidades, que, mormente, no nosso País, lhes voltam inteiramente as costas, logo que conseguem obter o pretendido diploma. E mesmo que voltem para a frequência de um Mestrado ou de um Doutoramento, o propósito continua ser o mesmo: o título e o diploma. Nada mais.

 Desta forma, poucos são, também, aqueles que verdadeiramente se orgulham de terem frequentado esta ou aquela Universidade.

Também é verdade que, nos últimos tempos, não só a designada Escola Superior se multiplicou, desmedidamente, como o mesmo ocorreu com a Escola Universitária, numa procura desenfreada mais de títulos do que de competências, comprometendo-se, naquela, o rigor e o nível do desempenho técnico, como, nesta, a sabedoria e o humanismo.

Dada a discrepância notória entre o designado Ensino Superior e Não Superior, assistimos a situações crescentes de docentes do Ensino Superior, que, não passando da Licenciatura, quando muito do Mestrado, se designam por Professores Universitários, quando, ao nível do Ensino Secundário, ou mesmo do Ensino Básico, temos docentes, que, por ensinarem a esse nível, os Senhores Professores do Ensino Universitário ou Superior lhes negam , inclusive, o título de Professor, quando muitos deles são não apenas Licenciados, mas já Mestres e mesmo Doutorados.

 Propriamente, todas as Escolas de Ensino tido como Superior, e mormente as Universidades, são, ainda, entre nós, pretensos Feudos, mantendo todo o seu timbre de Instituições supostamente corporativas, mas rigorosamente herméticas, quanto, apenas, pretensiosamente elitistas.

Em contrapartida, e como ponto de reflexão muito sério, há, ainda ,Universidades, como, também, Escolas Superiores que nos deixam sérias dúvidas sobre o valor do seu Ensino, o rigor das suas Práticas, a validade dos seus Diplomas, como, inclusive, a credibilidade das respectivas Classificações, mesmo e muito despudoradamente no que respeita a Pós-Graduações, a Mestrados e , até, a Doutoramentos.

Enfim, por estas e outras razões, se calhar bem mais graves (!), sobre o Ensino Superior e, particularmente, sobre as nossas Universidades, pensam muitos Antigos Alunos, aproximando-se, crescentemente, da consciencialização dos seus Colegas, já da Europa, já, particularmente, da vizinha Espanha, que, por todas as razões, é, verdadeiramente, tempo de mudança.

Lá iremos! E, exactamente, pela nossa condição de antigos alunos, nos consideramos, por isso mesmo, no dever e no direito, por nós, e, sobretudo, pelos alunos do presente e do futuro, pensando no Estudo, mas também no Trabalho… que chegou, sem dúvida, a hora da MUDANÇA!!!

VETERANOS E SAUDOSOS COMPANHEIROS, NÃO NOS DEIXEM SOZINHOS!
PROCUREM O NOSSO CONTACTO: guedesmiranda [@] netcabo.pt ou jalves [@] braga.ucp.pt

Dezembro 5, 2008 at 2:58 pm Deixe um comentário


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